Sem Firulas: O GOL DE CARLOS ALBERTO - http://ift.tt/1qzHpXB Tudo começa quando Clodoaldo recebe a bola. Um italiano vem pressioná-lo e inevitavelmente é driblado, o que naturalmente leva a 3 outras fintas. A faísca em forma de fila italiana acende o pavil que terminaria no 4o gol do Brasil. Rivellino encontra Jairzinho quase sem fazer esforço. Este arruma um fuzuê na defesa azzurra e com a movimentação de Tostão e Pelé o Brasil transforma a linha defensiva italiana em quadrado, trapézio ou coisa que o valha. Neste momento a bola chega aos pés do Rei e, embora se soubesse que algo genial aconteceria, ninguém sabia exatamente o que. Pelé já sabia, já avistara Carlos Alberto passando e já sentia que o gol estava marcado. Dois quiques da bola, dois toques com a direita e um com a esquerda e todos hipnotizam-se: Pelé parece congelar o jogo por alguns segundos. Displicentemente, então, quase como um peladeiro, ele dá um tapa nela e joga a dita cuja num espaço vazio, descongelando a partida com a calma e elegância que só o melhor da história poderia ter. Quem vê pela TV não entende, acha que Pelé errou o passe. Quem vê com atenção percebe que misteriosamente a bola salta alguns centímetros mais do que seria natural e entende que naquele momento a metafísica do futebol entra em ação. Surge, aí, Carlos Alberto e, como num final de filme de suspense, enche o pé, de prima. A bola já está no fundo da rede quando percebemos a trama que se orquestrava na frente de nossos olhos desde o primeiro momento sem que nos déssemos conta. Dribles e passes, individualidade e cooperação, lentidão e correria, suavidade e força, alegria e seriedade, racionalidade e mística: ao juntar harmoniosamente tantos opostos, a seleção de 70 traduz aquele futebol que idealizamos jogar, que gostaríamos de ver a cada 4 anos, que sem perceber cobramos de cada um que veste a camisa amarela. E é por isso que escolhemos este gol pra representar o melhor time que o futebol já presenciou, em nossa parceria com a Leaf http://ift.tt/1qzHpXB