Quando
pensamos em alemães sempre nos vem a cabeça pessoas sisudas, extremamente
racionais, sérias, fiéis àquilo que acreditam e muito planejadas. É possível
que tudo isso seja verdade, no entanto, atitudes dos presidentes dos dois
clubes finalistas da Champions deste ano nos mostram nuances não tão óbvias
deste modo de pensar e ver o mundo.
"Para nós, torcedores não são como vacas que você tira tudo que eles tem e pronto. Essa é a diferença entre a Alemanha e a Inglaterra" |
O
presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, declarou que podia cobrar o
triplo do que cobrou pelos ingressos de arquibancada do jogo contra o Barcelona
que provavelmente o estádio estaria lotado do mesmo jeito, mas que decidiu não
fazê-lo "porque futebol não é só dinheiro" e que a quantia que
ganharia a mais "é deixada de lado em 5 minutos numa negociação de
jogadores ou salários, enquanto que para o torcedor faz muita diferença". Ou seja, ser racional não significa
necessariamente cobrar o máximo o tempo todo, nem maximizar o resultado
financeiro do clube, mas sim se questionar e pesar prós e contras das soluções
propostas para as questões levantadas, sem adotar um único parâmetro para a
decisão.
Presidente do BVB temeu ter um ataque do coração |
Já Hans-Joachim
Watzke, presidente do Borussia Dortmund, declarou que nos minutos finais do
confronto de seu time contra o Real, quando um gol os tiraria da decisão e
colocaria um ponto final em sua Cinderela Story, foi para o vestiário para não
ver o jogo, quase que num ataque de pânico. Contou que tampou os ouvidos e passou 5 minutos
olhando apenas o relógio e imaginando todos os resultados possíveis. Mostrou
que além de emoções, alemães tem, também, coragem de admití-las (talvez porque
seus torcedores não sejam tão cornetas quanto aqui?)
Que o
resultado desse modo alemão de ver o mundo e o futebol nos traga um belíssimo
jogo!
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