De prima

Sobre futebol e sobre o Palmeiras Desde ontem, das 21:30 em diante, tem sido difícil pensar em outra coisa. Justo na semana que mais tenho coisas para fazer no ano, com infindáveis trabalhos e provas, passo pelo menos metade do meu tempo pensando no meu clube, no que pode acontecer, rezando para não ter de, pela segunda vez em minha experiência como torcedor e terceira na gloriosa história do meu clube, ver o Palmeiras jogar a segunda divisão. Realmente, a frase que todo Palmeirense já cansou de ouvir do Joelmir Betting, aquela que explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário e a quem não é palmeirense é impossível, talvez precise ser reescrita. Naturalmente não tiro os méritos dela e digo que sei como poucos (mas muito menos que alguns, vale ressaltar) o seu significado, mas o que estou procurando enxergar é algo mais amplo, algo que o futebol, como esporte, faz conosco. Como pode algo que nós não influenciamos em nada diretamente impactar de forma tão violenta a nossa vida? Como explicar para alguém que vê o jogo como onze homens (ou mulheres) correndo atrás de uma bola o que significa esse sentimento que nos faz sentir agoniados em momentos de tristeza e apreensão e felizes como nunca antes no momento da vitória, do título. É simplesmente impossível. Somente os que vivem esta experiência conseguem compreender o que é olhar para uma tabela de classificação, ver aqueles números frios, e conjecturar mil e uma situações, pensar o que poderia ser diferente, o que acontecerá nos próximos jogos, enfim, milhares de pensamentos. Seria muita presunção minha afirmar que torcedores de outros clubes não sentem pelo seu clube o que eu sinto pelo meu, seria uma falácia, mas certamente torcedores de outros clubes não entendem o que se passa nos olhos do palmeirense em momentos como esse. A frase dita pelo ilustre jornalista foi moldada em um momento diferente, em um momento de glórias, mas talvez seu real significado esteja sendo exposto agora. Viver de glórias, de títulos, de boas campanhas muitos conhecem, isso é inegável. Mas se manter firme enquanto você acompanha, diante de seus olhos, um gigante como o Palmeiras passar pelo calvário que vem passando para voltar ao seu merecido posto, mostrando-se completamente desestruturado para manter dois anos de campanhas medianas, é algo que te coloca à prova, que te faz ter de ser mais forte do que os demais, que constrói uma identidade sua com o clube que os demais simplesmente não tem com os seus. Enfim, já pedi para meu pai para me deixar ir ao jogo contra o Atlético Paranaense sozinho. Esse é um momento meu com meu clube, não quero ninguém interferindo, julgando e refletindo. Se tudo ocorrer como eu torço para que aconteça, será um momento de grande alegria que deixei de viver com meu pai. Mas se acontecer o pior, ele simplesmente não poderá entender o que está se passando na minha mente, o que eu estarei vendo diante dos meus olhos. E, agora concluindo o que vim fazer por meio deste texto, qual outro esporte é capaz de criar uma gama tão intensa de sentimentos como este que aprendemos a amar e a chamar de futebol? Explicar a emoção do futebol a um apaixonado é totalmente desnecessário, e a quem não é apaixonado, é simplesmente impossível. Que este sofrimento não seja em vão, mas se for, estaremos sempre aqui para sofrer juntos. Boa dia a todos. - November 25, 2014 at 10:11AM

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