Sem Firulas: "Túlio correu para onde estava Montenegro, mas nem imaginou o presidente. Entendendo o que tinha feito, Túlio parece ter esse poder, correu para seus súditos. Se já se desconfiava, ali ele tinha certeza: estava entrando para a galeria de grandes ídolos do Botafogo. Logo depois da bandeirinha de escanteio, deitou no chão. E sem pestanejar, comeu a grama do Pacaembu. Deliciou-se com o gosto do gramado em um ato simbólico que fez muito sentido: o artilhiero e o Botafogo comeram grama e bola naquele ano. Como em qualquer ato de catarse, que não custa virar coletiva, os companheiros o acompanharam naquela refeição verde no Pacaembu. Deitaram com ele, sobre ele e ali, sem vergonha dos demais, na mais pura alegria de criança: Túlio, Beto, Donizete, Gonçalves, Jamir, André Silva, Wilson Goiano e até Gottardo e Sérgio Manoel deitaram e arrancaram um pequeno tufo para por na boca. Essa bizarra refeição, perdoem os que têm nojo, é das cenas mais bonitas da história do clube. O Botafogo nunca tinha chegado tão perto. Era preciso celebrar. Faz-se ceica com o que dá. Um a zero." Retirado do livro O Botafogo de 95