#100PalmeirasSemFirulas O PADRÃO DA LEALDADE por Pedro Jatene Palestra significa Academia, que vem do grego muito antigo para se referir ao grupo de gente boa que se reunia no Jardim de Akademus pra pensar e discutir as coisas mais difíceis. Palestra Itália significa reduto. Do time da colônia que dá o tom do sotaque paulistano, pelo menos dois pedaços de pizza da cultura culinária e da força motriz da urbanização da cidade. Palestra Itália significa o reduto dos imigrantes italianos. Dos operários, pobres, sujos... Dos porcos. Palestra Itália era mais ou menos restrito aos italianos até o Governo determinar, durante a Segunda Guerra Mundial, que todas as entidades que faziam referência aos países do Eixo mudassem de nome. Do contrário, teriam seus patrimônios capturados pelo Estado e, claro, as portas fechadas. Então, o time dos porcos passou a ser o time paulista que representava a população oprimida e perseguida, enquanto o time do outro lado do Rio Pinheiros, com governadores e deputados, representava o time dos opressores e suas conexões políticas. Foi quando juntaram-se ao time dos porcos os nordestinos, os alemães, os japoneses, os brasileiros. E decidiram todos juntos que tudo bem, "se não quiserem que sejamos Palestra, seremos Palmeiras." E como Palmeiras ele se tornou o Campeão do Século XX. A kriptonita do Rei Pelé, o inferno dos melhores times corinthianos, quem fez o time do outro lado do Rio Pinheiros abandonar uma partida antes do apito final por pura vergonha, quem representou o Brasil primeiro e mais vezes e quem mais forneceu jogadores para a Seleção ser campeã. Viramos a Academia do Jardim de Palestra Itália. A Primeira, a Segunda e a Terceira, para todos os gostos, gerações e tons de verde, do bandeira ao esmeraldino. De Oberdan a São Marcos. De Dudu e Ademir a Djalminha e Rivaldo. De César e Nei a Edmundo e Evair. Não é preciso ser o maior campeão do mundo, como o São Paulo, para saber que as vitórias são merecidas quando nos esforçamos por elas. Nem é preciso ser corinthiano para saber que é das piores derrotas que vêm nossos maiores aprendizados. Também não é preciso ser o maior campeão brasileiro a ser rebaixado mais vezes, como o Palmeiras, para conhecer a proximidade entre o céu e o inferno e saber que é sempre aqui e agora que se resolve a própria história. Palmeiras significa resistência. E hoje, completando seu aniversário de 100 anos, a sua própria história é a lição para o futuro. Que fiquemos todos juntos, que não nos afastemos do clube, que combatamos todo e qualquer mal que se aproxime de nós. Que sejamos capazes de resistir. Porque a história mostra, palmeirense, que o verde não é a cor da esperança à toa, que sempre há luz no fim do túnel e que é depois das tempestades que vem a calmaria. Eu prometo. Especialmente para quem ostenta a sua fibra. - August 26, 2014 at 12:41PM
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